segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pinterest


Quem foi meu aluno sabe que eu sempre repito alguns "mantras". Coisas como "leia a tela", "pensa, não decora" ou "VRayDisplacement não gosta de Real World", pra citar alguns. Mas de todos eles, talvez um dos mais relevantes seja um que eu ouvi na época da faculdade de Arquitetura: "repertório". Assim, uma simples palavrinha, mas com muito significado.

Nós estamos em um ponto da computação gráfica onde praticamente qualquer coisa é possível com as ferramentas que temos à nossa disposição. Hoje, o software faz todo o trabalho pesado, tirando dos nossos ombros o fardo de bolar iluminações escabrosas com 258 omni lights, 723 luzes negativas pra dar sombra e por aí vai. A nova geração de renderizadores permite que a gente se preocupe com o que realmente distingue um artista de outro, que é a arte em si. No final das contas, a técnica é importante (é claro!), mas é o olho do artista que faz uma imagem realmente valer mais do que mil palavras.

Por conta disso, sempre cobro os meus alunos: repertório! Nenhum artista de verdade é capaz de criar nada sem repertório, sem conhecer a realidade e como ela pode ser retratada. É importantíssimo que o artista estude fotografia, composição, proporção, cor, entre outras coisas, para que possa aplicar às suas próprias criações e ser, enfim, alguém diferente na multidão. Entretanto, somente uma minoria leva a cabo esse mantra.

O problema, creio eu, é que buscar referências para montar seu repertório pessoal é uma tarefa que demanda tempo e vontade. Muitos encaram o 3D como um trabalho (coitados!), e quando chegam em casa não querem saber de nada relacionado. Ficar olhando imagens dos outros se torna um martírio num momento que deveria ser aproveitado tomando uma gelada, vendo um filme ou dormindo, não é? Daí, perguntam o porquê de suas imagens não evoluírem, porquê de este ou aquele amigo ter chegado a um nível mais alto se os dois começaram juntos. A resposta, apesar de ser na verdade uma coleção delas (empenho, talento, estudo, etc.), nunca é agradável, por isso se torna difícil de digerir.

Mas, como eu não encaro meu trabalho como trabalho, costumo gastar algumas horas do meu dia colecionando projetos de arquitetura, imagens 3D, referências para usar em minhas próximas imagens. Muitas, é claro, acabam apenas guardadas na gaveta do meu computador (e sou muito grato à nuvem por me permitir guardar tanta coisa para ver em tantos lugares), mas o simples fato de tê-las visto, analisado e guardado já ajuda a criar meu repertório. Por vezes, a organização desse material é difícil e trabalhosa, por isso busco sempre novas maneiras de fazê-lo. Uma delas é o motivo deste post: o Pinterest.

Para quem não conhece, o Pinterest é uma espécie de rede social voltada para a coleção de imagens e vídeos. Meio Facebook, meio mural de recortes (os nascidos nos idos dos anos 1970 com certeza lembram de ter murais com recortes de coisas interessantes na parede do quarto). No meu Pinterest, costumo colocar imagens 3D, fotos de arquitetura e design de interiores. Tais imagens servem para estudar composição, iluminação e fotografia, contribuindo para, quem sabe, minhas imagens melhorem cada vez mais e eu possa fazer aquilo que gosto com a certeza de fazê-lo bem.

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Ainda não é uma coleção grande (apesar de ter meu perfil na rede há bastante tempo, sempre preferi usar o Pocket, que é um serviço mais egoísta para guardar coisas interessantes da web), mas ela irá crescer e você pode usá-la de trampolim para conhecer novas coleções de outras pessoas. Tem muita coisa boa ali, é só garimpar.

Seu repertório (e sua carreira) agradecem.

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